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sábado, 2 de março de 2013

Despertar II


Despertar II
 
 

Não basta o despertar! Desperto, agora, iniciamos o caminho da alquimia do sentimentos. O ato de transformar um sentimento em outro. Isso não exige que sejamos algo diferente do que somos, não! Apenas devemos ser atentos ao que somos, ao que sentimos, ao modo como reagimos e buscar nos tornar melhores. Se me deparo com uma situação que desperta a fúria, o ciúme, a inveja, a culpa é necessário transcender tais emoções, transformá-las em outras, aquietá-las. É um caminho difícil que exige paciência e controle de si. Conseguir entender o que está por trás das emoções, dos sentimentos e um passo importante para ter controle. Essa compreensão passa por um processo de racionalização-intuição ou de intuição-racionalização. Ou a gente sente intuitivamente e só compreende quando racionaliza ou, ao contrário, racionalmente você sabe do sentimento e deve passa a um nível do sentir para transforma-lo. É a complementaridade entre racional e intuitivo.
O aperfeiçoamento humano depende do desenvolvimento e do equilíbrio dos aparentemente lados opostos. Se for um sentimento que estiver colocado como obstáculo para o fluxo vital uma das formas de superar tal obstáculo é transformá-lo em um pensamento, racionalizar, fazê-lo passar por uma processo racional e, o contrário, se, por sua vez, for um pensamento que estiver colocado como obstáculo, este deve ser transformado em um espécie de sentimento. É um jogo. Por exemplo: aconteceu comigo nesta semana, mais precisamente na quinta-feira, cheguei em casa do trabalho calada, chateada e triste. Repassei varias vezes os acontecimentos do dia para tentar compreender racionalmente o que estava sentindo e intuindo, mas em vão. Nada parecia estar errado nada parecia ter me tocado, mas foi apenas no outro dia que consegui compreender racionalmente o que se passava, o que me incomodava. Essa racionalização me fez saber como agir num outro momento. E, é assim que as coisas andam quando a gente está desperto: tentamos compreender e melhorar a nós mesmos e assim, inevitavelmente, vamos melhorando o nosso mundo exterior; vamos fazendo o outro refletir sobre seu comportamento exatamente quando nos comportamos de modo diferente do costumeiro, do habitual, do grosseiro e egoísta. E assim caminho, em passos pequenos, lentos, fazendo o caminho da (R)evolução. Ensinar pelo exemplo! Ensinar sendo exemplo!
Enquanto em alguns momentos acontece a alquimia dos sentimentos, em outros, acontece a tentativa de unidade. Tentei senti-me um com o outro, meu companheiro, parceiro, um outro eu só que diferente. Tentei me fazer ser o outro, sentir no lugar do outro, me sentir sendo o outro por meio do sexo. Sim, experiência intensa prazerosa, mas não alcançada com exito total. Tentei senti-me um com o vento, mas não com aquele vento faz um assobio isquisito e sim com o vento que assanha a cabelera, que acaricia. Incompletude. Sim, pensei: o caminho não é fácil. Ando desconfiada que há um outros modos para se ter a experiência da unidade. Devo descobrí-los. Estar no caminho do despertar é isso: é estar atenta, é aceitar a transitoriedade, é reconhecer o movimento. Nele ir se conhecendo mais e mais. Anda me parecendo que o caminho da unidade é o amor. Sentir-se uno por meio do sentimento do amor. Que amor? um amor que eu escolho sentir por outro ser independente dele querer ou dele merecer. Amo para além do ser que o outro é porque escolhi assim amar. O amor assim não de desfaz a não ser que permito que ele se desfaça.

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