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domingo, 3 de março de 2013

“Um outro tempo começou pra mim agora”



 
 
 
Nos primeiros dias da nova era, do novo ciclo (como andam dizendo por aí), se aproxima (como comumente se aceita) a chegada do fim do inicio de outro ano. É bastante comum que neste momento as pessoas elaborarem uma lista de objetivos ou metas a serem alcançadas no ano que está porvir. Dentro deste espírito de renovação e comprometimento me perguntaram sobre os meus objetivos, meus planos, minhas metas. Fui interrogada tão diretamente que não havia escapatória, era responder ou responder. Dei uma resposta que indicava a minha ausência de objetivos: não quero trocar de carro nem quero mais dinheiro, não quero ganhar mais para poder viajar longe, não quero um trabalho melhor, enfim, estou vazia, mas não niilista; sinto-me livre e não, como se poderia pensar, depressiva. E, foi assim, que se confirmou a minha suspeita: eu era dona de objetivos vazios de materialidade, algo que vagamente e até amedrontadamente constatei em uma aula de yôga que iniciei a pouco tempo atrás. O curioso é que comecei o ano de 2012 fazendo o contrário de 2013, fiz exatamente o que eu nunca tinha feito mas que todo mundo faz: um lista de objetivos a serem alcançados. Se voltar para essa lista confirmarei que apenas um dos objetivos não foi atingido e, então, se o ano de 2012 foi tão bom a ponto de me sentir realizada e agradecida por ele ter sido como foi, porque não início o ano novo do mesmo modo, cheia de metas e não cheia de um nada querer? É em vão tentar explicar, mas “o tempo andou mexendo com a gente”, uma transformação interior aconteceu. É o despertar!
Percebi não haver em mim objetivos materiais, mas, certamente, há em mim algo que me move, alguma coisa que me faz querer viver. Há em mim objetivos vazios de materialidade, com isso quero dizer que, ando querendo outras “coisas” que não são da ordem do concreto ou do material, mas mais do âmbito espiritual. Percebi que o que ando desejando está ligado com o aperfeiçoamento do humano: desejo ser mais paciente, mais compreensiva, desejo saber amar mais (a tudo e a todos). Mas, como é possível ser um sem ser o outro, como é possível o espiritual sem o material (concreto) ou vice-versa? O que existe é a complementaridade e não a dualidade. De que serve um aperfeiçoamento espiritual sem uma realização material? Enquanto buscamos ser melhores também temos que agir. É importante, portanto, ter objetivos materiais, metas concretas. O bonito mesmo é quando as metas transcendem a esfera do individual, ou seja, quando o que se busca não é atingir um objetivo que causa uma satisfação pessoal, mas um objetivo que promova um bem coletivo. Enfim, o que estou tentando dizer é que o aperfeiçoamento de si e o sonho (objetivo) concreto devem andar juntos e quando o que se busca realizar é um sonho coletivo e não um sonho que se sonha sozinho tudo se torna mais pleno. É a renovação!No início de um ano novo, no começo de um novo ciclo, existe a oportunidade da transformação porque “no recomeço nós trazemos a pureza e buscamos resgatar a razão das origens – o sentido real das coisas".

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