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terça-feira, 4 de setembro de 2018

Maria Montessori





No dia 31 de agosto comemora-se o nascimento e a vida de Montessori. Quem é Maria Montessori? Uma educadora italiana que, de início, recusou-se em se tornar professora, ocupação desempenhada por mulheres não satisfeitas em restringir-se aos trabalhos do lar. Montessori desafiando os costumes e superando os preconceitos da época foi estudar matemática em uma escola técnica e, mais tarde, formou-se em medicina (1896). No início da carreira, ao frequentar o hospital de alienados, sensibilizou-se com as crianças portadoras de dificuldades especiais: crianças consideradas incapazes por deficiência mental, marginalizadas e desprezadas que ali se encontravam. Não conseguiu ficar indiferente a tal situação e, assim, tornou-se uma pesquisadora na educação. Teve a preocupação de demonstrar que crianças com deficiência mental não aprendem quando lhes falta um ambiente adequado e quando não se utiliza materiais sensoriais apropriados. Levando em conta esses dois aspectos, Maria Montessori, durante dois anos (1898-1900) educa crianças especiais e inscreve-as no exame nacional que avalia a inteligência infantil e, surpreendentemente, muitas de suas crianças apresentam um resultado melhor do que alunos das escolas regulares italianas. Inquieta com este fato busca compreender o que acontece no ensino regular e, assim, torna-se uma estudante de pedagogia e, mais tarde, professora universitária, mas, aos 40 anos a vida tratou de lhe oferecer a oportunidade de aplicar suas hipóteses teóricas (acerca da educação baseada nos sentidos e no ambiente preparado) em crianças normais e ela não hesitou. Em 1907 assume a direção da construção de uma escola – a Casa dei Bambini – e aqui, educando alunos regulares, ela descobre a criança. Intuitivamente cria o método de escrita espontânea que, por sua vez, faz com ela seja internacionalmente reconhecida e seu modelo de educação reaplicado em escolas espalhadas por diferentes partes do mundo.



Maria Montessori: psiquiatra, professora, educadora, e, sobretudo, uma grande pensadora da educação. É pela observação, primeiro, das crianças com deficiência, depois das normais que ela aprende e compreende a essência da criança, os períodos sensíveis, o processo da aprendizagem, e, assim, estrutura sua pedagogia científica, um método que respeita a criança em seu ser natural e espontâneo. Só por isso, Montessori já é uma mulher extraordinária, mas, para além disso, em suas andanças pelo mundo ela conhece Gandhi, teve o reconhecimento de Piaget e de Tagore. O reconhecimento de Piaget aconteceu quando 1929 ela funda a Associação Montessori Internacional. Na ocasião ela com 59 anos e Piaget com 33, pai de duas filhas, observador da vida que se desenvolvia ao lado e, ao mesmo tempo, formulador das teorias acerca da inteligência infantil. Já o encontro com Gandhi ocorreu, primeiro em 1931, em Londres, e, mais tarde, na Índia, no período da segunda guerra mundial, quando ela foi exilada da Itália e ficou em solo indiano por quase uma década (1939-1949), tempo em que se comprometeu com a formação de cerca de 1500 professores. Gandhi lutou durante três décadas sem violência contra o domínio inglês, e, Montessori, por sua vez, educou para a paz. Em 1925, em Nova York, Montessori encontra, pela primeira vez, aquele que se torna seu grande admirador, o fundador da escola Morada da Paz (Santhiniketon), o poeta místico e educador Tagore, prêmio Nobel de literatura (1913). Com ele, assim como depois de conhecer Gandhi, mantém contato por meio de correspondência. No período indiano, em que encontrou e se solidarizou com Gandhi e Tagore amadurece e expande o seu pensamento, passa a compreender a educação como cósmica.



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