No
dia 31 de agosto comemora-se o nascimento e a vida de Montessori. Quem é Maria Montessori?
Uma educadora italiana que, de início, recusou-se em se tornar professora, ocupação
desempenhada por mulheres não satisfeitas em restringir-se aos trabalhos do
lar. Montessori desafiando os costumes e superando os preconceitos da época foi
estudar matemática em uma escola técnica e, mais tarde, formou-se em medicina
(1896). No início da carreira, ao frequentar o hospital de alienados,
sensibilizou-se com as crianças portadoras de dificuldades especiais: crianças
consideradas incapazes por deficiência mental, marginalizadas e desprezadas que
ali se encontravam. Não conseguiu ficar indiferente a tal situação e, assim,
tornou-se uma pesquisadora na educação. Teve a preocupação de demonstrar que
crianças com deficiência mental não aprendem quando lhes falta um ambiente
adequado e quando não se utiliza materiais sensoriais apropriados. Levando em
conta esses dois aspectos, Maria Montessori, durante dois anos (1898-1900) educa
crianças especiais e inscreve-as no exame nacional que avalia a inteligência
infantil e, surpreendentemente, muitas de suas crianças apresentam um resultado
melhor do que alunos das escolas regulares italianas. Inquieta com este fato
busca compreender o que acontece no ensino regular e, assim, torna-se uma
estudante de pedagogia e, mais tarde, professora universitária, mas, aos 40
anos a vida tratou de lhe oferecer a oportunidade de aplicar suas hipóteses
teóricas (acerca da educação baseada nos sentidos e no ambiente preparado) em
crianças normais e ela não hesitou. Em 1907 assume a direção da construção de
uma escola – a Casa dei Bambini – e aqui, educando alunos regulares, ela descobre
a criança. Intuitivamente cria o método de escrita espontânea que, por sua vez,
faz com ela seja internacionalmente reconhecida e seu modelo de educação
reaplicado em escolas espalhadas por diferentes partes do mundo.
Maria
Montessori: psiquiatra, professora, educadora, e, sobretudo, uma grande pensadora
da educação. É pela observação, primeiro, das crianças com deficiência, depois
das normais que ela aprende e compreende a essência da criança, os períodos
sensíveis, o processo da aprendizagem, e, assim, estrutura sua pedagogia
científica, um método que respeita a criança em seu ser natural e espontâneo.
Só por isso, Montessori já é uma mulher extraordinária, mas, para além disso,
em suas andanças pelo mundo ela conhece Gandhi, teve o reconhecimento de Piaget
e de Tagore. O reconhecimento de Piaget aconteceu quando 1929 ela funda a
Associação Montessori Internacional. Na ocasião ela com 59 anos e Piaget com
33, pai de duas filhas, observador da vida que se desenvolvia ao lado e, ao
mesmo tempo, formulador das teorias acerca da inteligência infantil. Já o
encontro com Gandhi ocorreu, primeiro em 1931, em Londres, e, mais tarde, na
Índia, no período da segunda guerra mundial, quando ela foi exilada da Itália e
ficou em solo indiano por quase uma década (1939-1949), tempo em
que se comprometeu com a formação de cerca de 1500 professores. Gandhi lutou durante três
décadas sem violência contra o domínio inglês, e, Montessori, por sua vez,
educou para a paz. Em 1925, em Nova York, Montessori encontra, pela primeira
vez, aquele que se torna seu grande admirador, o fundador da escola Morada da
Paz (Santhiniketon), o poeta místico e educador Tagore, prêmio Nobel de
literatura (1913). Com ele, assim como depois de conhecer Gandhi, mantém
contato por meio de correspondência. No período indiano, em que encontrou e se
solidarizou com Gandhi e Tagore amadurece e expande o seu pensamento, passa a
compreender a educação como cósmica.
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