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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

(A)deus

 


                                                                                                       

Foi no dia que te disse adeus que me senti menos deusa.

...

Foi quando ficou a flor da pele a dualidade que sou:

alegria e choro, dor e êxtase.

Foi no dia que fiquei nua diante de ti

como nunca tinhas me visto!

Despida de mim 

percebi a necessidade de sentir-se especial, aqui

Vi meu ego

Foi quando imersa em mim na superfície rasa,

com gozo e choro na mesma intensidade

manifestando-se como força das entranhas

Assim: no gemido junto com o choro,

nas profundezas e na delicadezas do que sou, aqui

Vi meu ego

Foi na relação com a dor

que acessei o que nunca havia olhado:

a superioridade

 que existia pela crença de ser melhor, aqui

Vi meu ego

Foi no momento de um discurso profano

que percebi a proporção do sofrimento

causado pelo silêncio que te escondeu

e pelo meu silêncio que não quis saber, aqui

Vi meu ego

Foi quando disse adeus que

do sentir expansivo percebi

 que meu pensamento estreito e torto convenceu-me 

de que eu tinha algo para lhe ensinar, aqui


Vi meu ego

...

No adeus reconheço a pequenez que sou

e a grandeza que é o amor!


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