Iniciamos o processo de desconstrução-construção de nós mesmos, do nosso modo de vida rumo a uma vida mais significativa e sustentável, conectada com a natureza, cheia de simplicidade e encanto. Isso tem provocado algumas reações diversas (adversas). Para uns é estranho (justamente porque representamos uma atitude ou posição que não é comum); para outros, soa como ofensa (talvés porque fazemos o que outros já se sentiram inspirados a fazer mas não dispostos ou ainda porque estiveram dispostos, mas desistiram); e, há aqueles que dizem: como vocês são corajosos! Como vocês são loucos! Como vocês são sonhadores! E, talvés, isso seja assim porque ou se sentem incapazes de realizar um projeto deste tipo ou se sentem enganados enquanto ouvintes de algo tão absurdo ou ainda porque não há mais a coragem de sonhar.
Não ser levado a sério (independentemente do motivo) me faz recordar dos bobos da corte, que (no período medieval) eram a personificação dos “loucos”, os quais nunca eram levados a sério pelos absurdos que saiam de suas bocas, absurdos que serviam para entreter a família real e que muitas vezes não eram mais do que verdades bem ditas. Nós, talvés, somos assim como os “loucos-bobos” da corte, pois, como eles temos a coragem de dizer a verdade, por mais absurda que ela possa parecer. E o que nós loucos proferimos? Que trabalhamos para um mundo caduco; que este mundo não faz sentido; que uma vida deve ser movida pela troca solidária, em todos os sentidos. É nesta verdade - ainda que aparentemente contraditória (já que é entendida como mentira no pensamento e no agir da maioria) - que encontramos a nossa sanidade. É só nesta verdade que seremos capazes de continuar vivendo, capaz de reconhecer o sentido da existência, capaz de reencantar o nosso mundo.
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