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domingo, 6 de novembro de 2011

A primavera está aí e está aqui (em mim).



             Me demorei, sob um céu propício, observando as borboletas com o seu esvoaçante dançar no ar, sentindo a brisa suave que de mansinho e repetidamente enchia minhas narinas de um ar perfumado, e, assim, fiquei a pensar: com a primavera também floresce algo em mim. A primavera é o acordar do que estava recolhido, é o desabrochar do que estava adormecido, do inverno: a estação do recolhimento e da instrospecção, das reflexões ... Sinto uma conexão profunda com a natureza: com a renovação da primavera, com a instrospeccção do inverno.
           É primavera! Os dias passam a ficar mais longos e nosso hemisfério torna a ser mais iluminado pela luz do sol. É um novo ciclo! É tempo de renovação! Sinto vontade de pular, correr, de respirar mais fundo, de me espreguiçar mais vezes, de sentir o vento bater no rosto. É assim, com o giro das estações, conectada à primavera, que surgem as flores no meu jardim, que surgem as flores (ideias) em mim, transformadoras (de mim) do meu mundo, da vida que inconformada e protestantemente tenho levado. Ah, Primavera! por ser renovação,me  impulsiona a iniciar uma série de mudanças na vida, no seu ritmo, na sua conexão com a natureza. Entregar-se ao fluxo, fruir e usufruir de uma renovação, primeiro, no olhar (sentir), depois, no criar (fazer). Um olhar atento percebe os ciclos da natureza, celebra a natureza ao celebrar a si mesmo.
          Ah, Primavera! Tempo do florescer, e, por isso, de renovar-se! É na primavera o instante do nascimento deste projeto. O mud@mundo é filho da primavera! Que é prima-irmã do tempo. O mud@mundo é a flor que nasce na primavera, flor onde pousa a borboleta (a liberdade) e que vira um fruto. E toda renovação, como representa Shiva, é, igualmente, desconstrução e construção. O mud@mundo não é outra coisa senão a descontrução-construção do meu habitus insustentável para um modo de vida simples, sustentável, cheio de significado e sentido.

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