Foto de Andressa Rotondaro
Nós,
mulheres, re(unidas), ali, naquele círculo honramos nossos antepassados
reconhecendo que somos o que somos porque eles foram o que foram, reconhecemos
a importância da vida que gera vida. Honramos fazendo reverencia e agradecendo,
honramos quando decidimos tomar o rumo de nossa vida em nossas mãos nos desidentificando
da linhagem que nos antecedeu. Quando reconhecemos, agradecemos e nos
despedimos daqueles que nos precederam também nos libertamos de cargas pesadas.
Elas deixam de nos pertencer e, assim, ao nos tornar livres também nos tornamos
mais leves.
Foto Andressa Rotondaro
Com
a leveza das folhas que caem fomos convidadas, no círculo, a nos tornar
sementes. Como sementes, em posição fetal, era possível sentir em nós a força e
potência da vida. Enquanto sementes caímos de uma vigorosa árvore diretamente
na terra, sentimos o calor do ventre e, ao som do tambor, sentimos em nós a
vida pulsar forte, firme, preparando-se para renascer. Em círculo, em um noite
estrelada de lua nova, cantamos, primeiro em desarmonia, depois em uníssono “água
da vida, purifica-me. Fogo do amor, libera o meu temor. Vento da alma, me leve
a voar. Mãe terra, volto ao meu lugar “. As vozes ecoaram noite à dentro,
coração à dentro e, então, silêncio. OM!
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