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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A Transcendência do Ego





 
Luciano Palm



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          Hoje, pela primeira vez nesta experiência humana, sinto meu ser transcender as fronteiras do ego. Sinto meu ser alcançar as alturas do Amor Divino. Acompanhei minha Deva-Shakti à médica para verificarmos como estão as acomodações internas de nossa pequena Devi, sim "nossa pequena", uma menina: "Surya de Luna Palm"! O amor transborda na taça da existência, que todos os seres sejam felizes! 
       Venha, venha em paz, venha pequena ser de luz, venha iluminar nossas existências, você é  muito, muito bem vinda! Já te aguardamos ansiosos romper o véu do ventre materno e irromper feito facho de luz no palco da existência a iluminar nossos caminhos, nos ajudando a criar uma nova forma de ser humano! E para além do humano, demasiado humano, ousar ser divino na entrega e transcendência de si a favor de toda a humanidade no cultivo zeloso dessa nova semente de esperança que ora brota em nosso jardim. Ajude-nos sempre a cultivar o Divino que habita cada um de nós.
          Junto com Você, pequena Devi, o pai e a mãe também estão sendo gestados, mas para além da angústia e da insegurança devido a incompletude e imperfeição que somos, só o Amor, a Alegria, a Entrega, o Carinho e o Cuidado tem espaço. Na vibração do Amor Universal e com muita Integridade, Autenticidade, Responsabilidade e Enriquecimento, nossos corações, braços e abraços já são para Você lar, abrigo e aconchego. Seja feliz, sinta-se em casa, será uma honra tê-La como companheira de viagem, caminhe conosco na trilha do dharma, segure em nossas mãos e desbravemos os campos abertos das possibilidades de ser. Que assim seja! 
OM NAMAH SHIVAYA _/\_!!!
         
        Minha filha, papai Te aguarda e já embala o Seu desenvolvimento com o mantra abaixo, que Você já conhece:

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Presença e entrega


Ser mãe é ter a oportunidade de praticar os exercícios espirituais da presença e da entrega:
Presença, estar no agora, em espera ...
para nos conhecer do lado de fora
eu me reconhecer em ti e você em mim
Assim é
porque eu te quis e tu me escolhestes
Entrega, deixar tudo fluir em seu ritmo natural ...
apenas observar, sem anseio de controle
fazer só o que deve ser feito
Reconhecer que há uma força maior
que te faz ser quem você é
e que te colocará
ente gritos e gemidos, sorrisos e lágrimas
em meu abraço.

sábado, 3 de dezembro de 2016

O que nasce do Ventre

 
       
 
 
 
Meu corpo é um templo
guardião da vida
Revela a força onipotente da deusa
Shakti, a força criativa
manifestação do amor onisciente
que é a vida
Amor que é vibração
que se manifesta no som primordial
que está na batida do teu coração
que em descompasso com o meu
pode ser confundido
com o ruído de uma locomotiva
O Om em sua pulsação veloz ressoa
no vácuo do útero sagrado
espaço onde te encontras
em constante movimento
e que no fluir do tempo
tornas-te corpo
que no meu corpo, vive.
 

 
 
 

domingo, 16 de outubro de 2016

Consciência política desperta

 


Tatiana Palm
 
        
         Há um incomodo e uma revolta em mim de ver meu país assim: despedaçado, sucateado, passivo, distraído, em retrocesso, inconsciente dos fatos concretos, alienado da realidade. Como posso ficar indiferente? Como posso fingir não me importar? Há um governo ilegítimo e livre que aprova e desaprova o que julga ser “melhor” para o povo. Melhor do ponto de vista de quem? Certamente de uma minoria gananciosa e egocêntrica que anda por aí com os bolsos cheios mas não satisfeitos e por querer possuir desejam mais, mais e mais. Me pergunto, o que aconteceu com o povo brasileiro? Por que está calado? Estaremos virtualmente vivos demais e concretamente mortos?  Onde estão as organizações sindicais que representam os interesses dos diferentes segmentos da população? Estarão todas corrompidas e/ou ocupadas demais consigo mesmas e com sua sobrevivência? Onde estão os filhos dos caras pintadas? Os netos dos que lutaram contra a ditadura? Me convenço que somos um povo sem consciência política, que não sabe lutar se não há quem nos induza, organize e mobilize. Parece que, de modo geral, somos bestas adestradas, só reagimos quando nos conduzem e induzem à reação.
        Já a algum tempo o discurso de líderes espirituais anuncia tempos sombrios para este meu país. Contudo, advertem que toda revolta que se expõe do lado de fora é um reflexo de uma luta interior. Sim, nos alertam que em tempos sombrios é para dentro que, primeiro, devemos nos voltar e perguntar por que o mundo tal como está nos incomoda tanto? Por que a injustiça que está fora nos perturba dentro? Quando gritamos, esbravejamos, nos rebelamos, indignamos e lutamos (até violentamente) contra a injustiça de fora, na verdade, e, profundamente, não estamos lutando pela sociedade e sim contra o que existe dentro, contra a injustiça e a violência sofrida na infância. Assim, todo grande revolucionário ou ativista fervoroso, em última instância, reflete seus traumas, dramas e/ou problemas emocionais experenciados na infância. Em outras palavras, o que se expressa fora, como indignação e na luta que clama por justiça é a nossa revolta interior por aquilo que sofremos outrora, no tempo de criança, num outro agora.
        Em tempos sombrios, onde a ganância e a injustiça andam soltas, onde presenciamos decisões políticas que demonstram o descaso e o desrespeito ao que é humano, pode parecer absurdo e até insensível o convite para olhar para dentro e reconhecer a própria injustiça e violência que por estar dentro se manifestam em nosso modo de agir em relação ao que consideramos injusto e que está fora. Mas é somente quando entendemos o que carregamos dentro que podemos acabar com o sofrimento interior, e, assim poderemos contribuir positivamente com o mundo exterior. Quando não estamos sofrendo, a luta exterior é feita sem violência e dor, ela acontece com amor, paciência e com a compreensão de que os outros ainda que corruptos, covardes, usurpadores e ladrões são mais de nós mesmos, são parte de mim antes de eu mesmo ser o que agora sou.


terça-feira, 20 de setembro de 2016

O Ayurveda e nossas avós


Tatiana Palm


 
Ayurveda é conhecida como a medicina indiana e vem ganhando adeptos em todo o mundo. Ouvi que podemos considerar o Ayurveda, de maneira simplificada, como sendo o conhecimento que, outrora, nossas avós possuíam, praticavam e partilhavam[1]. Se nos voltarmos para o significado da palavra temos: ayur, que significa vida e veda, que significa conhecimento. Ayurveda é, assim, o conhecimento - dado dentro do Vedas (textos sagrados indianos) – da vida. A vida, por sua vez, é compreendida como aquilo que se dá aqui e agora, no presente, e também como uma teia (a conexão de tudo com tudo). Ela se constitui a partir da combinação de cinco elementos (forças naturais) chamados de bhutas: terra (Prithvi), água (Ap), fogo (Agni), ar (Vayu) e éter (Akasha). Assim, o Ayurveda, em última instância, pode ser chamado de a ciência da vida ou o conhecimento dos cinco elementos.

Terra, fogo, água, ar e éter fazem parte de tudo aquilo que existe, estão em mim e fora de mim, em tudo o que é vivo. É de acordo com a combinação desses cinco elementos que se define a constituição ontológica de uma pessoa, o dosha. Ela é Pitta se o que predomina em sua constituição psicofísica é fogo e água; é Kapha, se é constituída predominantemente de água e terra; por último, é Vata se o que possui em maior proporção é éter e ar. É importante colocar que cada um de nós possui em sua constituição todos os cinco elementos, mas em proporções diferentes e é precisamente isso que faz com que se defina o que cada um é, ou seja, a o seu dosha. Para o Ayurveda, a saúde de uma pessoa depende do equilíbrio entre os cinco elementos, ou, em outras palavras, dos três doshas. A doença se manifesta no corpo quando existe o desequilíbrio entre Pitta, Kapha e Vata. O que adoece, na verdade, é o dosha predominante, aquele que faz com que cada um seja tal como é tanto em seus aspectos físicos quanto em suas tendências psicológicas.


Se é o desequilíbrio dos cinco elementos que nos constituí o que ocasiona a doença, então, a pergunta central é: o que fazer para manter ou reestabelecer o equilíbrio dessas forças naturais em nós? O Ayurveda é muito mais uma medicina preventiva do que imediatista. Ele se preocupa, antes de tudo, em orientar para viver em equilíbrio, quer dizer, se preocupa em não deixar as pessoas adoecerem. Bem, para equilibrar fogo, terra, água, ar e éter em nosso corpo é fundamental olhar para a alimentação. É pelos alimentos que ingerimos esses cinco elementos que são distribuídos pelo corpo bem como as toxinas (ama) que se acumulam no interior de nosso organismo. Entretanto, o organismo humano, enquanto um microcosmos, é influenciado pelo ritmo do macrocosmos. No plano do macrocosmos temos, por exemplo, as estações do ano e as partes do dia: manhã, meio-dia, tarde e noite. Os cinco elementos existem tanto em nós quanto fora de nós, por isso, para manter o equilíbrio dentro de nós, é essencial olhar para fora e compreender como essas forças naturais se apresentam no movimento do dia e no ciclo das estações.

 Pelo fato de que o fora está dentro, então, no Ayurveda é importante, além do cuidado com alimentação (que deve ser de acordo com o dosha de cada um), a criação e manutenção de uma rotina e de certos hábitos, o que é chamada de dinacharya. Isso deve levar em conta o fato de que no período da manhã as forças atuantes são água e terra, no período do meio-dia é o fogo e a água, enquanto que, no período da tarde é ar e éter e, por fim, no período da noite volta a ser água e terra e, mais tarde da noite, fogo e água. Não menos importante é adaptar a nossa rotina, hábitos e alimentação as estações do ano já que também na primavera, verão, outono e inverno há a presença dos cinco forças, em proporções diferentes, em cada época. Neste caso, comparativamente, podemos dizer que a primavera corresponde ao período da manhã, o verão ao meio-dia, o outono a tarde e, por sua vez, o inverno a noite. O comportamento adequado aos ciclos da natureza é chamado de rutucharya.
 
 É principalmente aqui, mais precisamente no que diz respeito ao rutucharya e a dinacharya, que o Ayurveda se aproxima do conhecimento colocado em prática pelos nossos avós, ou seja, daquilo que os nossos avós faziam e que nós também podemos fazer. Um dos hábitos do passado era respeitar o ritmo natural pela observância e respeito da natureza. Por exemplo, acordar (antes do sol) e jantar e dormir cedo (bem antes das 22hs). Isso é bastante valorizado no Ayurveda porque o período matutino (entre as 4  e  6 hs) é o momento de água, o que quer dizer, que além de ser fresco, é expansivo e energizante enquanto que no final do dia (entre as 18 e 22 hs), é o momento kapha (terra e água), então, o jantar deve ser leve para que não seja demandado o fogo em momento inadequado. Já dormir cedo é importante porque e por volta das 23:30 acontece em nós o renascimento, isto é, é o momento alto em que se produzem as serotoninas, dopaminas, etc. Outro exemplo pode ser dado em relação aos alimentos, primeiro, em relação a sobremesa. É comum entre nossos avós o hábito de servir o doce somente um bom tempo depois do almoço (por volta das 15hs). Segundo orientações ayurvédicas, o açúcar esfria a digestão, por isso, é inapropriado ingeri-lo logo após as refeições já que agni (o fogo) está sendo exigido e está alto em nós.

Além disso, nossos avós valorizavam tanto o consumo de alimentos saudáveis e cultivados na própria horta quanto a combinação dos alimentos e o próprio ato de cozinhar em casa. O que, de maneira geral, é consideramos hoje uma perda de tempo já foi um hábito saudável pois ao cozinhar é possível controlar o modo de preparo e a escolha dos ingredientes. Para o Ayurveda, é de fundamental importância a combinação dos alimentos, o modo de prepará-los e a própria energia de quem o prepara. O agradecimento, que costumava fazer parte das refeições servidas pelos nosso avós, também faz parte das refeições indianas: é uma maneira de transmutar a energia ruim que pode estar no alimento. E para finalizar, queremos lembrar que nossos avós faziam o uso de chás que eram cultivados em casa e que serviam como remédios naturais. Um terapeuta ayurvédico além de uma orientação acerca da alimentação recomendará o uso de ervas medicinais, pois, combinadas com a dieta alimentar contribuem na recuperação do equilíbrio psicofísico de cada um. Enfim, podemos dizer que, tanto no Ayurveda quanto na sabedoria dos nossos avós encontramos orientações de como viver em equilíbrio, de modo saudável e sustentável.

 



[1] Este texto foi inspirado pela escuta de um programa de rádio chamado Himalaya’s ConexiOm, (apresentado na rádio dinâmicofm) e que tem como proposta oferecer uma conexão entre o oriente e o ocidente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Dez dias de silêncio



 
Recolho-me ao silêncio por dez dias. Desconectar para conectar-se a si, ao que se passa dentro. Retiro-me em silêncio, mas não em meio ao verde e a calmaria da natureza. Não! É preciso silenciar em meio aos outros, na convivência. Retiro-me para no silêncio concentrar a mente, torná-la mais sensível e refinada. É preciso tornar-se atento a respiração tal como ela é: inspirando e expirando sem esforço, naturalmente, encontro as sensações no corpo. O silêncio convida a experenciar em si mesmo as sensações e a sua verdade. Tornar-se consciente do corpo, dividi-lo em partes para ter a percepção do que se passa, do surgir e desaparecer das sensações. Todo o corpo é sensações. Um mente grosseira não consegue ir além de sensações grosseiras, como é a dor – a sensação de maior intensidade. Um mente sensível, refinada reconhece sensações mais sutis. Se o que temos consciência são de sensações sutis ou grosseiras não faz diferença porque ambas possuem a mesma natureza: anicca – a impermanência. No silêncio encontramos o ir e vir das sensações, o movimento diante do qual não devo reagir e sim tornar-me equânime. A equanimidade é a meta mais elevada.
 
Roda de Dhamma
 
Vipassana nos faz experenciar, a partir do silêncio e do sofrimento, a impermanência das sensações e nos ensina a equanimidade diante delas. Ser equânime significa não reagir, não possui aversão nem avidez pelas sensações que passam por nosso corpo, que vão e vem, que são agradáveis e desagradáveis. A avidez envolve o desejo e o apego - o alimento do ego, enquanto que, a aversão envolve a raiva. A equanimidade está acima disso, é a estabilidade mental que, por sua vez, conduz a libertação do todo e qualquer sofrimento e, assim, a um estado de paz e alegria. Equanimidade, basicamente, consiste em não reagir diante das sensações, mais além, diante do mundo. É não estar envolvido com o que passa, com o que muda, em outras palavras, estar liberto do mundo da dualidade, dos pares de opostos. A equanimidade mental é, na verdade, liberta(D)or.
 
 
Os dez dias de silêncio chegam ao fim. Todos saem dele tão cheios, eu, no entanto, tão vazia. Nada existia para ser dito senão as palavras previamente pensadas. Foram dez dias de imersão em si mesmo, dez dias sem falar, sem ler, sem escrever, e, inclusive, sem contato visual. Já no final do primeiro diz quis fugir, arrumar as malas e partir. Quase todos os dias pensava em desistir. Não houve um único dia que não senti dor. O corpo e mente gritavam para sair de lá. O que me fortalecia era ter compreendido que a natureza de todas as coisas é a impermanência. Assim, consciente de que a dor e o tempo eram impermanentes, chego ao fim. E, no fim, que encontro? O nada. O silêncio povoado de gritos gerou um vazio. Eu não era mais do que puro espaço, um nada. Choro. O choro brota e não faz questão de esconder-se tampouco quer cessar. Choro sem porquê assim como a flor vive, sem porquê.
 
 
O vazio, no entanto, apenas superficialmente pode ser igualado ao nada. O vazio não necessariamente é nada, pois, ele, certamente, está cheio de potencialidade, pleno de potência criadora. No vazio - no estado de vacuidade silenciosa, pulsa o vivo, o criativo que ganha formas, os contornos, quando saindo inverno encontrar a primavera: as condições adequado para florescer. Se, por um lado, uma verdade experenciada no silencio foi a da anicca – a impermanência, por outro lado, há o entendimento de que o vazio é somente um estado passageiro e, além disso, reconhecemos a sabedoria que existe na atitude do deixar ser. Consciente do vazio interior apenas deixo-o ser. Deixar ser consiste basicamente em viver o presente tal como ele é, entregar-se, aceitar a vacuidade. O ser e o vazio enquanto potência criativa são um e o mesmo sendo que em qualquer hora, tanto outrora, como agora e a toda hora se manifesta. A atitude do deixar ser pode ser compreendida como a atitude da equanimidade, da serenidade, da tranquilidade. É de dentro dessa atitude que podemos perceber a nós mesmos, a natureza, o mundo e os outros e, por fim, experenciar o divino.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Meditação



O sol sempre está aí
ainda que o céu esteja
cheio de nuvens
A luz sempre está aí
mesmo quando estou
cheia de pensamentos
Quando as nuvens se dissipam
o sol aparece inteiro
Quando os pensamentos cessam
a luz se mostra
Se com o céu límpido
vemos com clareza o sol
É com a mente silenciosa
que podemos alcançar a iluminação
Anseio que minha luz, dissipe-se
com a tua luz, infinita
Como o rio no mar

A deusa e a lua


Sou fruto dos antepassados
herdeira de dores
conflitos, alegrias, amores.
Pertenço ao inconsciente coletivo
cheio de padrões:
comportamento e pensamentos
que se repetem no que sou.
Inconsciente que acesso
pelos mitos e arquétipos femininos ...
Conhecê-los
é contatar com o poder da deusa
que se revela
em cada lua
no ciclo de ser mulher
...
A deusa que sou
saúda a deusa que és
Os arquétipos que reconheço em mim
Também estão em ti
Sou a donzela, a amante, a mãe e anciã
Uma deva cheia de encantos e mistérios
Meninice e Peraltices
Força, sabedoria e poder criativo
A deusa que sou
Revela-se na ciclicidade do ser mulher
No movimento suave do ir e vir
No encontro
Que harmoniosamente busca o êxtase
A completude
Na união do corpo e espírito

 

 

Desconstrução de si



Sinto o cheiro verde do mato
O vento suave que balança as árvores
A leveza das folhas secas caíndo
É outono, tempo de recolher-se
Reciclo-me

Trabalho sobre mim mesma
Desconstrução-construção
É a própria historicidade que se desconstõe ...
Volto-me ao passado
Ressignifico-o
Compreendo os acontecimentos
Pela sincronicidade 
Reconheço ser guiada por uma força maior
Vou ao encontro da essência
Do eu verdadeiro 

Desconstruo para encontrar
O padrão de comportamento que uso
Uma reação
Diante das situações da vida
Uma defesa criada na infância
Que retorna na vida presente
Que me torna ausente ...

Livre do peso do que é passado
Posso seguir mais leve
Pelos caminhos na floresta
Cada vez mais iluminados pelo sol

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Interior



O interior que habito 
tem formas e contornos verdes
uma lagoa de água límpida e tranquila
No alvorecer tem o coletivo canto dos pássaros
o zumbido do vento 
o barulho de animais e utensílios
e dos outros: as vozes e a alegria

O interior onde estou 
É o interior que sou

Lugar onde prevalece 
a calma e a serenidade
formas harmoniosamente criadas
perturbadas pelo barulho e zumbido da mente
que silencia 

Em silêncio ouço 
assim como o canto dos pássaros
o sussurro da voz divina em mim