Vem brincar comigo? Esse, certamente, é um dos convites que os pais mais escutam quando estão em casa com seus filhos. Isso acontece porque brincar é um das necessidades da criança. Ao brincar ela desenvolve o seu aspecto cognitivo, motor, social, criativo e emotivo. A criança quer brincar com o outro, mas ela também sabe brincar sozinha, e gosta!
Aqui em casa, hoje, ela acordou assim,
disposta para o brincar solo. Ela não pulou em cima de mim me acordando com:
vamos brincar? Ela acordou e rapidamente fez sua rotina matinal na intenção de
brincar lá no seu espaço. Ela acordou com o interesse pelo brincar sozinha, introspectivo,
silencioso e, ao invés de sentar-se diante da tela, manteve a escolha de estar
a sós com seus brinquedos, no ambiente preparado para o brincar, longe dos
olhos do adulto. É do interesse dela brincar sozinha e, enquanto adulto, cabe a
mim respeitar, permitir, não intervir ou interromper.
É claro que a criança também gosta de
interagir, quer contato, troca, isso porque ela precisa do outro. Quando não há
outras crianças para partilhar o brincar, então caberá ao adulto. Ela convida o
adulto para brincar e, ao aceitar o convite, nós adultos podemos oferecer o que
temos de mais precioso, o nosso tempo de qualidade (presença). Ou seja, o que
de melhor podemos fazer quando brincamos com uma criança é, de fato, brincar
com ela, isto é, estar aí, por inteiro, presentes, enfim, entrar na
brincadeira.
Quando o adulto brinca com a criança
mas não lhe oferece o tempo de qualidade, quando ele brinca com o corpo
presente e a mente em outro lugar, então, a criança percebe a sua ausência e,
por isso, continua convidando-o para brincar. A criança que o tempo todo precisa
do adulto para brincar, está, na verdade, pedindo a sua presença, ou como se
diz, a sua atenção.
Presença é o que a criança demanda dos
pais! Se ela tem pais presentes quando brincam, certamente, será uma criança
que também saberá ficar a sós consigo mesma e brincar sozinha quando for de seu
interesse e, igualmente, quando os pais, para ter um tempo para si, pedem que
ela faça isso. Os pais presentes são, então, aqueles que, as vezes, se tornam
desnecessários.
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